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Ateliês Vienenses (Wiener Werkstätte) 1906-1932

Por Sheila Veloso
outubro 16, 2017
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Este artigo é a continuação do artigo Ateliês Vienenses (Wiener Werkstätte) 1903-1905.

Agora  vamos contar um pouco sobre a Wiener Werkstätte nos anos 1906 até 1932.

“1906-1914”

Dois projetos importantes são executados pela Wiener Werkstätte em 1907 e 1908: o Cabaré Fledermaus em 1907 e a Kunstschau (Show de Arte) em 1908. O Cabaré Fledermaus foi projetado por Hoffmann, com envolvimento de Gustav Klimt , Oskar Kokoschka, Koloman Moser e Carl Otto Czeschka entre outros artistas. A Wiener Werkstätte produziu toda a decoração interior, desde o palco e o mobiliário até o material de propaganda, passando pelos serviço de pratos e talheres.

Interior do Cabaret Fledermaus (1907) com mosaico de Bertold Löffler.
Von Unbekannt – Eduard F. Sekler: Josef Hoffmann: Das architektonische Werk; Monographie und Werkverzeichnis, Gemeinfrei, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4168156

O mosaico hoje se perdeu, mas a paleta de cores deste chega até nós pelo cartão postal desenhado por Hoffmann.

O Show de Arte (Kunstschau) 1908 foi idealizado pelo grupo de Klimt (artistas liderados por Klimt, que haviam se dissociado da Secessão) e coincidiu com os festejos do jubileu de diamante (60 anos) do reinado do imperador Francisco José. Um terreno vago foi cedido aos artistas para ser usado temporariamente como um espaço para exposições. Em poucos meses Hoffmann, Moser e Otto Prutscher, construíram e mobiliaram prédios com 54 salas de exposição, jardins, cafés, etc.

O Kunstschau exibiu pinturas, esculturas, obras de artes gráficas e decorativas de 176 artistas e de muitos alunos da Escola de Artes e Ofícios de Viena. Para jovens artistas, tais como Schiele e Kokoschka, esta foi a primeira vez em que foram expostos a obras de arte de artistas estrangeiros.

Gradativamente os fundadores da Wiener Werkstätte vão se afastando da Associação. Kolmon Moser, por exemplo, casado com uma herdeira rica, não queria misturar as finanças da Wiener Werkstätte com a sua fortuna particular e se afastou da Associação quando Joseph Hoffmannn e Fritz Warndorfer foram pedir ajuda financeira a sua mulher sem seu conhecimento.

As atividades da associação se expandem, incorporando um departamento de moda e material têxtil, com loja especializada nesses segmentos, na Kärtnerstrasse, rua num bairro chique de Viena.

Dagobert Peche – http://www.metmuseum.org/art/collection/search/483686 Siste doado à Wikimedia Commons como parte de um projeto do Metropolitan Museum of Art.

A partir de 1910, a associação passa a se dedicar cada vez mais à produção de peças decorativas individuais, objetos de cerâmica, vidro, moda e artes gráficas, deixando de lado a construção de imóveis.

O departamento de moda e tecidos funcionava em estreita cooperação com a seção gráfica da Wiener Werkstätte, pois a fotografia em Viena, nesta época, ao contrário do resto da Europa, não era muito desenvolvida. Assim, cartões postais eram usados para fazer propaganda dos objetos de moda.

Cartões Postais

Cartões postais consituem uma seção de destaque da Wiener Werkstätte. A produção gráfica ocupava um andar inteiro do prédio da associação na Neustiftgasse.

A Associação usava cartões postais desde o início de suas atividades, para fazer propaganda de suas projetos arquitetônicos e de interiores. Também , usava-os para promover seus novos departamentos no estrangeiro, assim como para marcar a Procissão pelo jubileu de diamante do imperador.   Com a saída de Kolmann Moser, o estilo dos cartões postais mudou, distanciando-se da estética inicial, do tabuleiro de xadrez preto e branco, ditada por Hoffmann e Kolmann, adotando motivos folclóricos e Bizantinos. Os principais responsáveis por essa mudança de estilo foram Carl Otto Czeschka, Bertold Löffler e Oskar Kokoschka

O livro ilustrado de Kokoschka « O sonhar garotos » de 1908 reflete o interesse na fantasia que começa a aparecer na arte depois de a classe rica de Viena ter se deixado influenciar pelos trabalhos de Freud em psicanálise.

O interesse pelo primitivismo e por fábulas e contos de fadas místicos que aparece no livro para crianças Die Nibelungen de Carl Otto Czeschka em 1909 reflete o surgimento do nacionalismo crescente na classe rural e do sentimentos anti francês e ingles fomentado pelo herdeiro do trono Franz Ferdinand. Até mesmo o imperador, na época do jubileu de seu reinado, aparece vestido de camponês em cartões postais.

Wiener Werkstätte cartão postal #77 por Oskar Kokoschka. http://www.theviennasecession.com

 

Ilustração do livro ‘The Dreaming Youth’ por Oskar Kokoschka http://www.theviennasecession.com

 

Os cartões postais eram numerados e em muitos casos, continham o monograma dos artistas que o desenharam, como atestando sua autenticidade. Por sua alta qualidade gráfica, os cartões postais foram raramente postados no correio, sendo itens de colecionadores, daí termos acesso a um grande número deles hoje em dia.

A cor do verso do cartão postal muda ao longo do tempo: azul para os cartões impressos em 1907, amarelo em 1908, verde para os impressos de 1909 a 1913 e preto de 1919-1920.

Verso azul usado em cartões postais numerados de 11-104 produzidos em 1907- http://www.theviennasecession.com /a –history/066_2

 

Verso verde usados de 1909 a 1913. http://www.theviennasecession.com /attachment/320

 

Verso marrom usados nos cartões postais #288-290 (autoria de Egon Schiele) e # 328-333 ( autoria Ludwig Jungnickel e outros) http://www.theviennasecession.com /a –history339_2

Mudança de rumos

O principal problema da Wiener Werketstätte era a administração dos recursos, sempre dependendo do suporte financeiro de Warendorfer para manter o grande número de artistas e artesãos em suas atividades. Em 1913 Warendorfer abriu falência.

A clientela da Wiener Werkstäte era reduzida, já que seus produtos eram caros. Em 1914 a Associação foi liquidada e reorganizada como uma empresa privada, tendo como provedor o banqueiro Otto Primavesi, cujo primo já havia encomendado em 1913 a Hoffmann e seus associados da Werkestätte a construção de uma casa e decoração de seu interior, a vila Primavesi.

Foto de Thomas Ledl – Own work, CC BY-SA 4.0,(https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0), via Wikimedia Commons

 

« 1915 -1932 : Anos de Reinvenção»

Em 1915 Dagobert Peche, se juntou à Wiener Werkestätte, impulsionando a produção de roupas, cerâmicas e trabalhos em metal. Suas preferências para o Barroco revolucionaram o estilo da Wiener Werkstätte, influenciando seus artistas, até mesmo Hoffmann, que abandonou o traço geométrico que o caracterizava.

No início dos anos 20 o departamento de moda empregava 150 pessoas, sendo que a maior parte dos artistas e artesãos eram mulheres, incluindo as mais famosas designers do grupo, Mela Kohler e Maria Likarz.

Porém, a Primeira Guerrra Mundial drenou os recursos dos clientes da Wiener Werksttätte e o fim do Império Austro – Húngaro em 1918 só dificultou a sobrevivência da Associação. A escassez de material nobre usualmente utilizado nas obras da Wiener Werkstätte resultou numa produção de baixa qualidade comprometendo a marca. A liberdade de criação artística, introduzida por Hoffmann, resultou, no final das contas, em desperdício e incompetência, já que nos anos do pós guerra, artesãos de pouca habilidade foram contratados, comprometendo a qualidade dos produtos. Em 1926 o banco de Primaversi faliu e logo a Wiener Werkstätte se afundou sob as cobranças dos credores, sendo liquidada em 1932.

Apesar de seu insucesso financeiro, a Wiener Werkstätte influenciou o surgimento da Art Déco dos anos 20 e a simplicidade de suas formas refletiu nas ideias divulgadas nos primeiros anos da Bauhaus na Alemanha.

 

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