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Sobre o British Museum, Londres

Por Angela Nogueira
julho 27, 2017
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British Museum, foto expedia.es

Primeiro museu público nacional do mundo, foi estabelecido por um ato do Parlamento britânico em 1753. Desde sua abertura oficial, em 15 de janeiro de 1759, o museu permaneceu aberto ao público gratuitamente, todos os dias, exceto no período das duas guerras mundiais. Sua existência se deve ao médico, naturalista e colecionador Sir Hans Sloane (1660-1753) que legou ao rei George II sua imensa coleção de mais de 71 mil objetos, em troca de um pagamento de 20 mil libras a seus herdeiros.

Originalmente composto por livros, manuscritos, espécimes naturais, antiguidades e material etnográfico, esta coleção única foi reunida em uma mansão do século XVII, a Montague House, no bairro de Bloomsbury. Quase 100 anos depois um prédio quadrangular foi construído, assim como uma sala de leitura. Seu estilo segue o design arquitetônico grego, em especial o frontão na entrada sul.

No início do século XIX, houve uma série de aquisições de alto perfil. Estes incluíram a Rosetta Stone (1802), a coleção Townley de escultura clássica (1805) e as esculturas do Parthenon (1816). Alguns anos depois, o Rei George IV presenteia o museu com a biblioteca de seu pai (Biblioteca do Rei), o que requereu a ampliação do museu, para a qual Sir Robert Smirke (1780-1867) desenhou o prédio quadrangular, construído em 1857. Também neste ano foi adicionada a sala de leitura circular e abobada.

Sir Augustus Wollaston Franks (1826-97), nomeado para a direção do museu em 1851, foi um dos maiores responsáveis pela expansão do seu acervo em novas direções, coletando não apenas antiguidades britânicas e medievais, mas também material pré-histórico, etnográfico e arqueológico da Europa, bem como arte e objetos orientais.

Para ganhar mais espaço para as aquisições crescentes do acervo do Museu, as coleções de história natural foram transferidas para um novo prédio em South Kensington na década de 1880, dando origem ao atual Museu de História Natural.

O século XX trouxe inovações na oferta de serviços ao público, com a primeira impressão de um guia para o museu, e tornou-se o primeiro a ofertar serviços de visita guiada. Mas também foram enfrentados alguns desafios, como a construção de uma nova galeria para as esculturas do Parthenon (Duveen Gallery). Desenhada pelo arquiteto americano John Russel, apesar de terminada em 1939 só foi aberta ao público em 1962, devido aos danos sofridos durante a 2a. Guerra Mundial.

O crescente público foi dando origem a novos serviços e na década de 70 as galerias foram remodeladas, um setor educativo foi implementado e a área editorial também ganhou espaço. Em 1973, a biblioteca tornou-se parte de uma nova organização, a Biblioteca Britânica e, em 1997, os livros deixaram Bloomsbury para um novo prédio em St Pancra.

Queen Elizabeth II Great Court foi construído no espaço desocupado pela biblioteca. Aberto no ano de 2000, esse enorme quadrado fechado por um telhado de vidro representa o maior espaço público coberto da Europa. No centro está a famosa sala de leitura circular restaurada. Este design, projeto de Norman Foster e Partners, torna mais fácil aos visitantes circularem pelo museu. Ao entrarmos no esplêndido hall, nos deparamos com o céu acima coberto por uma elaborada grade de aço e vidro, e no chão branco uma gravação de trecho do poema de Lord Alfred Tennyson: “The two Voices”, de 1833.

Chão do hall, foto de Angela Nogueira

Vista do Hall, foto de Angela Nogueira

Queen Elizabeth ll Great Court, por Norman Foster & Partners (Londres) – Photo: Nigel Young/Foster & Partners

O design do Queen Elizabeth II Great Court teve inspiração no conceito de Foster para o telhado do Reichstag, o Parlamento alemão situado em Berlim. Um aspecto-chave do projeto é a possibilidade de, a cada passo, o visitante experimentar uma vista diferentes do seu entorno. O magnífico telhado de vidro e aço envolveu 3.312 painéis de vidro, cada um diferente em tamanho e forma por causa da forma geométrica complexa do telhado. Um programa de computadorizado foi especialmente desenvolvido para determinar as dimensões e os ângulos exatos de cada painel, cada um dos quais foi patrocinado por um indivíduo ou empresa.

Aliás, a sala de leitura é um verdadeiro ícone, e era frequentada por nada menos que Bram Stoker, Conan Doyle, Lênin e Karl Marx. Foi aqui que este último delineou parte dos conceitos fundamentais de O Capital. Com cerca de 42m de diâmetro e um domo inspirado no Pantheon romano, sua construção foi uma obra-prima da tecnologia do séc. XIX: ferro fundido, concreto, vidro e os mais modernos sistemas de aquecimento. Impossível não visitá-la.

Sala de leitura, British Museum – foto https://en.wikipedia.org/wiki/File:British_Museum_Reading_Room.jpg

Entretanto, o museu tem a ele atrelado um histórico polêmico, já que muitas das suas principais obras são alvo de disputa com os países de origem. Importantes peças como a Pedra de Rosetta (chave para decifrar os hieróglifos egípcios), os Mármores Elgin (extensos fragmentos do Parthenon de Atenas) e os fantásticos bronzes do Benin estão nele expostas.

Imperdível para os amantes da arte e história, o acervo é gigantesco com mais de 2 milhões de peças, dando a sensação de percorrer vários continentes em um único dia. Por isso vale a pena planejar um pouco a visita. Abaixo deixo os links para o mapa do museu e do aplicativo que podem ajudar na organização da sua visita.

Alguns destaques:

Mármores Elgin: fragmentos do frontão e dos frisos do Parthenon de Atenas. Apenas metade da estrutura original foi preservada ao longo da história. A outra parte está em Atenas. O Parthenon foi um magnífico templo construído entre 447 e 432 aC, com uma grande estátua dourada de Athena, patrona da cidade. O templo foi bastante destruído em 1687, quando explodiu um depósito de munições alojado em seu interior.

Curiosidade: os mármores do Parthenon foram obtidos por Thomas Bruce, o 7º conde de Elgin e diplomata em Constantinopla durante o Império Otomano, que na época incluía a Grécia. Earl Elgin obteve permissão “para tirar qualquer pedaço de pedra com inscrições antigas ou figuras sobre o mesmo”, para evitar mais danos pelos turcos. A coleção de Lord Elgin foi exibida pela primeira vez em sua própria casa, mas em 1816 a Câmara dos Comuns decidiu comprar a coleção e entregá-la ao Museu Britânico.

    

Fragmentos do Parthenon, fotos Angela Nogueira

Pedra de Rosetta: descoberta pelas tropas de Napoleão no Egito, a pedra passou a pertencer a Inglaterra em 1801 com a rendição de Alexandria e desde 1802 está exposta no British Museum. A pedra tem uma importância histórica enorme pois foi o primeiro monumento multilíngue do mundo e foi a chave para a compreensão dos hieróglifos por Champolion. Nela está inscrito um decreto de 196 aC em três diferentes escritas: na parte superior Hieróglifos egípcios, no centro em Demótico (escrita do dia a dia dos literatos egípcios) e, na parte inferior, em grego antigo, a ligua usada pelos governantes. Nesta época o Egito era governado por uma dinastia grega. A pedra estava num templo possivelmente situado na cidade de Sais, perto de Rachid (Rosetta).

Daí a polêmica sobre a sua posse…

Pedra de Rosetta, foto Angela Nogueira

Sala número 4 – Egito antigo: repleta de estátuas de faraós e estatuas de todos os tamanhos. É nessa ala que esta exposta a pedra da Roseta. Interessante nesta sala são algumas estátuas expostas que podem ser tocadas por deficientes visuais, tornando o museu mais inclusivo.

Os relevos do Palácio de Nineveh: série de painéis de pedra esculpida vindos da Mesopotâmia, extraídos dos quartos e dos pátios do Palácio assírio do rei Senaquerib (704-681 aC) em Nineveh (norte do Iraque). Os painéis representam diversas cenas, incluindo o transporte de enormes esculturas de touros com asas com cabeça humana (lamassu) que pesam até 30 toneladas e destinavam-se às principais entradas do palácio. Outros painéis representam as campanhas militares do rei. Estão expostos na Sala número 9.

Painel do Palácio de Nineveh, foto Angela Nogueira

Aliás, o museu está prestes a passar por uma grande renovação, anunciada por seu novo diretor Hartwig Fischer, prevista para envolver metade das suas 95 galerias. Seu foco será centrado principalmente nas coleções de arte da Mesopotamia, Egito Antigo, Grécia e Roma que hoje estão dispersas em dois andares e representam metade do espaço de exibição. No novo formato, a arte do mundo antigo ficaria concentrada no piso principal, ofertando uma melhor compreensão sobre ela, enquanto as culturas posteriores serão exibidas nos andares superiores. O projeto prev6e ainda dar mais espaço para a arte de outras regiões como Oceania, Austrália, África e América do Sul, além da arte pré-histórica cuja coleção é atualmente pouca exibida. As novas exibições provavelmente serão menos densas, com menos objetos, permitindo aos visitantes obter uma melhor compreensão da coleção. Tudo isso seria feito em fases bem planejadas para evitar o fechamento do museu à visitação. Vamos aguardar as novidades!

Horário: diariamente de 10h00 às 17h30; sextas-feiras até 20h20 / Entrada gratuita

Estações de metrô: Tottenham Court Road (Northern e Central Line) e Holborn (Piccadilly e Central Line)

Mapa completo do museu: 

http://www.britishmuseum.org/PDF/Free_plans_download.pdf

Se quiser baixar o aplicativo do museu: http://www.britishmuseum.org/visiting/planning_your_visit/audio_guides.aspx

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